Vamos acabar com um mito? A vacina contra Febre Amarela não é indicada apenas para quem vai viajar.
O Ministério da Saúde recomenda a vacinação para todo território nacional.
É comum as pessoas lembrarem que precisam se vacinar contra a Febre Amarela apenas quando vão viajar para algum país (veja a lista) que exija a comprovação da vacina a viajantes brasileiros, o CIVP.
Mas, por que muitos países exigem que o brasileiro esteja vacinado?
Diferente do que muitos pensam, não é porque o país de destino seja de risco para nós. A medida visa evitar que levemos o vírus da febre amarela para outros países.
E por quê? Porque a febre amarela é endêmica em nosso país. Isso quer dizer que podemos ser infectados ou mesmo contrair a doença aqui no Brasil.
Pessoas que vêm de outros países para nos visitar também são orientadas a se vacinar, mas, nessa situação, a vacinação não é obrigatória e o objetivo é proteger o viajante de contrair a febre amarela em nosso território.
Vamos parar para pensar: por que não estamos nos protegendo de um risco que é nosso?
Nesses últimos anos, a doença vem se espalhando por todo país, atingindo territórios que antes não eram considerados de risco: Rio de Janeiro, Espirito Santo e Paraná.
Fonte: Ministério da Saúde
Os casos acontecem todo ano e não podemos saber onde e quando um novo surto acontecerá. A situação é tão grave, que desde 2018, o Ministério da Saúde iniciou o processo gradual de estender a vacinação contra Febre Amarela para todo o território nacional, inclusive para a região nordeste em 2020, região que até então não era considerada área de risco.
Por isso, o Ministério da Saúde orienta que a vacinação contra a febre amarela seja rotina em todo território nacional. É justamente com todos se vacinando que evitamos o perigo da situação sair do controle novamente.
A sazonalidade da doença, também dá a falsa impressão que o problema acabou
Fonte: Centro de vigilância Epidemiológica(CVE)
DICAS
- Não espere viajar para se vacinar contra a febre amarela;
- Não espere saber de casos da doença para buscar a vacinação;
- Não escolha época do ano para se proteger;
- Informe-se sobre as recomendações e contraindicações antes de se vacinar.
A vacina é segura?
A vacina contra a Febre Amarela é usada desde 1930, desde então, a aplicação de milhões de doses anuais evitou milhares de casos e mortes pela doença.
Eventos adversos podem acontecer. A vigilância dessas ocorrências em todo mundo mostra que:
5% dos vacinados apresentam: dor, eritema e enduração por 1 ou 2 dias ou mal estar, cansaço, febre (em geral baixa), discreta dor de cabeça e dor muscular.
Risco de evento adverso grave
Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS)
O risco para quem vive em lugares onde há febre amarela é maior do que para viajantes.
Quem deve se vacinar?
Desde que não haja contraindicação, a vacina febre amarela é recomendada de rotina para todos com idade entre 9 meses e 59 anos de idade. A vacina não é contraindicada para maiores de 60 anos, no entanto, para essa faixa etária, o serviço de saúde antes de recomendar a vacinação, deve avaliar os riscos epidemiológicos ou exigência para viajar.
1. Menores de 2 anos: a vacina febre amarela não deve ser aplicada no mesmo dia que as vacinas tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) ou tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela). Neste caso, deve ser respeitado o intervalo mínimo de 30 dias entre as duas vacinas, salvo em situações especiais que impossibilitem manter esse intervalo.
Crianças que receberam uma dose antes de completarem 5 anos de idade devem receber uma dose de reforço.
2. De acordo com o risco epidemiológico, uma segunda dose pode ser considerada também para crianças maiores que tomarama primeira dose antes de completar 5 anos, adolescentes e adultos, devido à possibilidade de haver falha vacinal primária.
3. A vacina não está contraindicada para essa faixa etária. Vacinar após avaliação do risco epidemiológico ou quando exigido o CIVP para viajar.
Fonte: Sociedade Brasileira de Imunizações www.familia.sbim.org.br
Motivos de precaução
- Em vigência de doenças agudas febris moderadas ou graves: recomenda- se adiar a vacinação até a resolução do quadro clínico, com o intuito de não se atribuir à vacina as manifestações da doença.Indivíduos com doenças de etiologia potencialmente autoimune: devem ser avaliados caso a caso, pois há indicações de maior risco de eventos adversos nesse grupo.
- Pacientes com histórico de doença neurológica de natureza desmielinizante (síndrome de Guillain-Barré, encefalomielite aguda disseminada e esclerose múltipla): avaliar caso a caso com médico anteriormente à vacinação.
- História de evento adverso grave após a vacina febre amarela em familiares próximos (pais, irmãos, filhos): avaliar caso a caso anteriormente à vacinação.
Quem NÃO deve se vacinar?
- Crianças com menos de 6 meses de idade.
- Indivíduos infectados pelo HIV com alteração imunológica grave.
- Pessoas com imunodepressão grave por doença ou uso de medicação.
- Pacientes que tenham apresentado doença neurológica desmielinizante no período de seis semanas após a aplicação de dose anterior da vacina.
- Mulheres amamentando bebês com menos de 6 meses. Durante surtos e alto risco para a doença, consultar pediatra para orientações sobre suspender o aleitamento materno por 10 dias.
- Pessoas submetidas a transplante de órgãos
- Pessoas submetidas a transplante de célula progenitora de medula óssea há menos de 24 meses.
- Pessoas com neoplasia maligna.
- Pessoas com imunodeficiências primárias graves.
- Pessoas com história de reação anafilática relacionada a substâncias presentes na vacina (ovo de galinha e seus derivados, gelatina bovina ou dose anterior da vacina).
- Pessoas com história pregressa de doenças do timo (miastenia gravis, timoma, casos de ausência de timo ou remoção cirúrgica).
- Durante surtos e alto risco para a doença, consultar obstetra sobre vacinar durante a gravidez.
Quem deve ser avaliado pelo médico antes de ser vacinado
- Pessoas que vivem com HIV – avaliar grau de imunossupressão;
- Pessoas com doenças autoimunes, como lúpus, doença de Addison e artrite reumatoide – avaliar grau de imunossupressão e risco/ benefício de acordo com situação epidemiológica
- Pessoas em uso de medicamentos imunossupressores;
- Pessoas com Síndrome Mieloproliferativa Crônica;
- Pessoas com Doença Falciforme (aqueles em uso de hidroxiureia e contagem de neutrófilos menor de 1500 cels/mm3 não devem se vacinar);
- Mulheres amamentando bebês com menos de 6 meses de idade;
- Gestantes
DÚVIDAS COMUNS
Tomei a dose fracionada, estou seguro?
Sim! A dose fracionada é considerada eficaz e segura, sendo utilizada como estratégia de saúde pública em 2018 e foi importante na contenção de surtos no Brasil e em outros países.
Tomei a dose fracionada, consigo o certificado internacional de vacinação (CIVP) para viajar?
Não. Você precisa tomar a dose padrão para conseguir o CIVP. Apesar de adequadamente vacinado, precisa estar de acordo com as exigências internacionais.
A Vaccini – Clínica de Vacinação emite o CIVP?
Sim. A maioria de nossas unidades está cadastrada na ANVISA para emissão do CIVP. Confira quais são clicando aqui.
Faço parte de grupo com contraindicação da vacina febre amarela e vou viajar para país que exige a vacinação. Não poderei viajar?
Para o seu caso está prevista a emissão do Atestado Médico de Contraindicação/Isenção de Vacinação, nos padrões internacionais que deve ser feito por médico. Com ele, você poderá viajar. O CBMEVi – Centro Brasileiro de Medicina do Viajante, localizado na unidade Copacabana da Vaccini, realiza consultas médicas para o viajante e, nesse caso, além de orientações gerais sobre os cuidados de saúde para o viajante, poderá emitir, se indicado, o atestado de isenção.
Tenho 60 anos e preciso do certificado internacional de vacinação (CIVP) para viajar, o que faço?
A vacina febre amarela não é contraindicada para pessoas com mais de 60 anos. No entanto, alguns países aceitam o Atestado Médico de Contraindicação/Isenção de Vacinação nessa situação. O CBMEVi – Centro Brasileiro de Medicina do Viajante, localizado na unidade Copacabana da Vaccini, realiza consultas médicas para o viajante e, nesse caso, além de orientações gerais sobre os cuidados de saúde para o viajante, poderá emitir, se indicado, o atestado de isenção.
Ficou alguma dúvida?
Escreve para mim. Será um prazer responder.
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Direção Médica da Rede Vaccini: Dr. Isabella Ballalai CRM 52.48039-5