Sarampo: O que você precisa saber sobre a Campanha
Graças à vacinação, a maioria dos brasileiros não viu sarampo!
Até o desenvolvimento de uma vacina, o sarampo causava, anualmente no mundo, cerca de 135 milhões de casos e entre 7 a 8 milhões de óbitos entre crianças.
Doença viral e potencialmente grave, nos anos 80/ 90 era uma das principais causas de mortalidade infantil. Contudo, mesmo para quem não morria, levava ao sofrimento e a complicações graves, como encefalite.
No Brasil, em 1986, a incidência da doença era de 97 casos para cada 100 mil habitantes e, em 1991, foram notificados 61,4 mil casos de sarampo e 475 óbitos relacionados à doença.
Quem corre o risco de pegar sarampo?
Estima-se que 9 em cada 10 suscetíveis (pessoas não vacinadas ou parcialmente vacinadas e que não tiveram sarampo) expostos ao vírus do sarampo adoecem. A vacinação é, portanto, fundamental!
Em 1992, durante a Campanha Nacional de Vacinação para a Eliminação do Sarampo no Brasil, 96% das crianças e adolescentes (de 9 meses a 14 anos) foram vacinados.
O impacto foi imediato: redução de 81% no número de casos notificados que caiu de 42.435 casos confirmados em 1992, para 7.934 em 1992, em todo o país.
O vírus do sarampo também pode causar doença em adultos, mas a taxa de incidência (número de casos por 100.000 pessoas) entre crianças menores de 1 ano é muito mais alta.
Se tínhamos eliminado o sarampo, por que ele voltou?
O vírus do sarampo não foi erradicado, ele continua circulando no mundo. Por isso, mesmo sem casos entre nós, as altas coberturas vacinais (pelo menos 95% da população _ crianças, adolescentes e adultos _ vacinada contra o sarampo) são fundamentais e não podem cair.
Durante muitos anos, registramos casos de pessoas que traziam o vírus do sarampo ao Brasil, mas, com altas coberturas vacinais, não registrávamos surtos. No entanto, com a queda da cobertura vacinal, os casos importados rapidamente geraram um surto entre os suscetíveis. Foi o que aconteceu em 2018.
Infelizmente, de lá para cá, as coberturas vacinais caíram ainda mais e, em 2020, em plena pandemia da covid-19 registramos mais de 8.000 casos da doença no país e, até hoje, não conseguimos nos livrar da doença.
Como reconhecer o sarampo?
Após o período de incubação de até 21 dias (tempo entre a data em que a pessoa foi infectada pelo vírus até o início dos sintomas), inicia-se o período prodrômico com febre alta, tosse, coriza e conjuntivite. Posteriormente, do 2° ao 4° dia desse período, surge o exantema (manchas no corpo que aprecem primeiro atrás das orelhas e “descem” aos poucos até os pés). A resolução da doença caracteriza-se pela diminuição dos sintomas, principalmente pelo desaparecimento da febre.
Quais podem ser as complicações do sarampo?
A permanência da febre por mais de três dias pode indicar a presença de complicações, sendo as mais comuns: infecções respiratórias (pneumonia); otites; doenças diarreicas e neurológicas. Encefalite (infecção do cérebro causada pelo vírus do sarampo) é complicação grave que pode aparecer após o 20º dia do início dos sintomas. Além disso, o sarampo pode afetar o sistema imunológico por até três anos, expondo aqueles que tiveram a doença a um risco maior de contrair outras doenças infecciosas.
Campanha de Vacinação contra o sarampo em abril e maio de 2022
Diante das baixíssimas coberturas vacinais hoje registradas, o Ministério da Saúde (MS) volta a fazer campanha de vacinação contra o sarampo. São dois os públicos-alvo: crianças menores de 5 anos e profissionais da saúde de qualquer idade. Vale dizer que a atual cobertura vacinal para duas doses da vacina tríplice viral (que protege do sarampo) entre nossos menores de 2 anos é de cerca de 60%, taxa que víamos em 1987. Em outras palavras, atualmente a cobertura está baixa.
Importante dizer também que a vacinação de crianças maiores de 5 anos, adolescentes e adultos, apesar de não ser alvo da campanha, continua sendo recomendada pelo MS e disponível, em qualquer Unidade Básica de Saúde, para pessoas com menos e 59 anos que não tenham ainda se vacinado adequadamente.
Como saber se a criança menor de 5 anos deve ou não se vacinar nessa campanha?
A campanha inicia-se no dia 30 de abril e visa vacinar indiscriminadamente as crianças menores de 5 anos:
- D0 (dose “zero”) para aquelas entre 6 meses e 12 meses de idade:
- visa buscar a proteção do grupo de maior risco para doença grave. No entanto, a possível presença de anticorpos maternos em menores de 12 meses pode interferir na resposta adequada à vacina. Portanto, a dose aplicada entre 6 e 12 meses não é considerada válida para fins de rotina. Sendo assim, tendo em vista o risco de falha primária, a criança ainda deverá receber duas doses aos 12 e 15 meses de idade.
- D1 (dose 1) para quem ainda não recebeu dose depois de completar 1 ano de idade;
- D2 (dose 2) para quem recebeu a primeira depois dos 12 meses de idade;
- Dose extra para quem está em dia com seu esquema de doses
- Apesar da vacina ser muito eficaz, cerca de 2% das pessoas que receberam duas doses após os 12 meses de idade podem não ter ficado protegidas, ou seja, no cenário de circulação do vírus, como acontece hoje no país, pode significar um risco.
No caso de a criança ter recebido dose da tríplice viral recentemente, ela deverá aguardar 30 dias para receber uma nova dose.
Quem não pode receber a vacina tríplice viral?
- Pessoas com histórico de alergia grave (anafilaxia) após aplicação de dose anterior das vacinas ou a algum de seus componentes. Importante: não há contraindicação para alérgicos a ovo;
- Uma das vacinas disponíveis na rede pública contém traços de lactoalbumina, portanto é contraindicada para alérgicos à proteína do leite da vaca. A condição deve ser informada na sala de vacinação, para que a vacina adequada seja administrada;
- Mulheres gestantes;
- Pessoas imunossuprimidas por doença ou uso de medicação.
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